Embaçando as lentes do patriarcado: As Hiper Mulheres e outras estéticas de si
As discussões sobre gênero têm se pluralizado cada vez mais na agenda contemporânea. Aqui no Gedai o debate é atravessado pela análise do discurso com Michel Foucault e pelas reflexões decoloniais.
A pesquisadora Vívian Carvalho, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL/UFPA), apresentou alguns dos desdobramentos de sua pesquisa - em andamento - sobre sociedades indígenas e audiovisualidades no VII Seminário Internacional de Literatura e Cinema de Resistência (SILCR), realizado entre 9 e 13 de novembro de 2020.
Com o trabalho "Embaçando as lentes do patriarcado: As Hiper Mulheres e outras estéticas de si", a pesquisadora centrou suas lentes sobre o filme As Hiper Mulheres, lançado em 2011 e dirigido por Takumã Kuikuro, Leonardo Sette e Carlos Fausto. Neste documentário, as mulheres Kuikuro narram uma outra estética de si, que se constrói independente do patriarcado, apresentando diferentes discursos de resistência em relação ao dispositivo colonial, que silencia ou inferioriza as questões relacionadas às mulheres indígenas
Se, inicialmente, os debates sobre o feminismo branco eram os mais visibilizados, hoje, observarmos que as discussões sobre um feminismo decolonial ganham importantes espaços. A própria palavra feminismo muitas vezes não abarca as relações que as mulheres indígenas estabelecem com elas mesmas e com as suas sociedades. A decolonização das discussões sobre gênero pode ser observada no cinema. Se, antes, apenas os cineastas não indígenas teciam histórias sobre as mulheres nativas, seja em filmes de ficção ou em documentários, hoje essas próprias mulheres se apropriam das tecnologias digitais para narrar histórias sobre si e sobre a sua sociedade. Elas fazem isso a partir de seus referenciais sobre o que é ser mulher e o que é ser indígena.
Confira a análise de Vívian Carvalho sobre o filme: As hiper mulheres.
Nenhum comentário :
Postar um comentário