Projetos
Sobre caminhos de estrelas e palavras: literaturas indígenas na Pan-Amazônia
2019-Atual
Existem de fato literaturas produzidas pelos povos indígenas em suas próprias línguas, ou só podemos conceber literaturas em línguas europeias?Como as línguas europeias e as políticas linguísticas participaram dos processos de silenciamento das culturas e das literaturas indígenas?Depois de cinco séculos de colonização europeia, ainda é possível estabelecer inter-relações entre as literaturas produzidas por povos indígenas de diferentes países da Pan-Amazônia?Neste projeto, vamos trabalhar comas narrativas orais cosmológicas e suas traduções produzidas por quatro sociedades indígenas que vivem no Brasil e no Peru. Nosso principal objetivo é compreender as condições de possibilidades históricas e as dinâmicas culturais envolvidas na produção destas narrativas na contemporaneidade, para assinalar processos discursivos de regularidades e dispersões entre elas. Consideraremos nas análises as diferentes temporalidades das línguas indígenas, os processos de tradução e as questões envolvendo autoria indígena. Para isso construiremos nosso corpus de pesquisa, um conjunto de narrativas indígenas, realizaremos pesquisas de campo, levantamentos bibliográficos e de produtos midiáticos sobre os povos indígenas..
EtniCidades Amazônicas: fraturas, invenções e interações
2017 - Atual
A primeira
formação étnico-cultural da Amazônia brasileira está relacionada aos povos
indígenas, à invasão europeia e à vinda forçada dos africanos, agenciada pelo
sistema colonial. Hoje, no entanto, este processo é bem mais plural e há também
um fluxo migratório interno, originário de outras regiões do país. Dentro deste
universo, nesta primeira etapa do projeto agora proposto, meu escopo será mais
especificamente os processos de interação envolvendo os povos indígenas Tupi na
formação das cidades amazônicas. As terras indígenas não são ilhas isoladas das
transformações históricas por que passou e passa a América Latina. É um caminho
com muitas vias: a) práticas estéticas, comunicacionais e de consumo que afetam
os indígenas a partir do contato com as cidades, b) a influência das culturas
indígenas nas paisagens, nas manifestações artísticas, na gastronomia, enfim na
constituição das cidades, c) o processo de silenciamento e mesmo refutação a
que estas dinâmicas são cotidianamente expostas, tanto nas aldeias como nas
cidades, se é que ainda podemos estabelecer estas fronteiras. Aqui, etniCidade
não traduz a definição clássica e já ultrapassada da antropologia sobre
diferenças étnicas, constituídas por identidades fixas, mas sim, procura
desnaturalizar os processos históricos de sincretismos culturais (CANEVACCI,
2013) e lugares de enunciação fraturados (MIGNOLO, 2004) entre as cosmologias
locais e as culturas ocidentais amalgamados na definição homogênea de cidade.
Considerando a natureza comunicativa e interativa das paisagens das cidades
(FERRARA, 2012), em uma metrópole amazônica como Belém, a pluralidade está no
skyline produzido pelos altos edifícios da classe média, nos dois conjuntos
arquitetônicos coloniais, no Ver-o-Peso, uma grande feira livre que mantém viva
a memória Tupi. Retomando projetos anteriores, continuaremos a analisar a
presença indígena em diferentes mídias (jornal impresso, telenovela,
telejornalismo local, cinema, história em quadrinhos, livros didáticos),
tomando como referência o método arqueológico de Michel Foucault (2005).
Pretendemos, novamente, realizar trabalho de campo na Terra Indígena Alto Rio
Guamá, dos Tembé-Tenetehara e nas cidades de Capitão Poço e Belém. Desta vez,
no entanto, a partir das experiências e reflexões acumuladas, vamos centrar a
atenção na auto-representação indígena (CANEVACCI, 2013), suas análises em
relação aos produtos da mídia e suas narrativas em relação à criação das
cidades.
400 anos depois: experiências nas paisagens de Belém
2014-2016
Foto: Shirley Penaforte |
Em 12 de janeiro de
2016, a cidade de Belém completará, oficialmente, 400 anos de fundação. A
movimentação em torno deste acontecimento começou a ser planejada por
diferentes setores da sociedade belenense, com bastante antecedência. Nas
campanhas das eleições municipais de 2012, a preocupação com o quarto
centenário da cidade já estava presente, afinal, o prefeito eleito seria o
enunciador mais autorizado deste espetáculo midiático.
Em outubro de 2014,
notadamente durante a programação do Círio de Nazaré, procissão católica
emblemática da cultura paraense, que interfere profundamente na dinâmica da
cidade, pudemos acompanhar, pela televisão e pelas redes sociais, o início de
ações mais sistemáticas da prefeitura, com a apresentação do slogan “Rumo a
Belém 400 anos”. Outras instâncias governamentais e privadas, assim como
iniciativas de coletivos, artistas e pesquisadores também já começam a ganhar
visibilidade.
Os mais de dois milhões
de moradores da área metropolitana vão interagir com uma intensa produção
midiática, que vai colocar em circulação discursos das mais diversas ordens
sobre a cidade. Para eles, a paisagem de Belém é um construto midiático,
mercadológico, mas é também o espaço onde constroem seus afetos e escrevem o
seu cotidiano. Os processos de mediação agenciados por estes moradores
produzirão dinâmicas singulares, baseadas na experiência muitas vezes
imprevisível e contraditória que é viver na cidade de Belém.
Em nossas ações,
estaremos atentos à programação das emissoras de TV, dos jornais impressos, às
postagens nas redes sociais, à produção musical, e aos processos artísticos de
intervenção urbana relacionados ao acontecimento dos 400 anos, em 2015 e 2016. Também
pretendemos entrevistar moradores, para apreender como eles vão viver este
acontecimento. O objetivo deste projeto é analisar como diferentes segmentos da
população de Belém, estudantes, feirantes, artistas, empresários e o poder
público viverão esta experiência comunicacional do quarto centenário de
aniversário da fundação da cidade.
Equipe: Ivânia dos Santos Neves - Coordenador / CORRÊA, Maurício Neves - Integrante / Fátima Cristina da Costa Pessoa - Integrante / Raimundo de Araújo Tocantins - Integrante / Ana Shirley Penaforte Cardoso - Integrante / Vivian de Nazareth Santos Carvalho - Integrante / Nassif Ricci Jordy Filho - Integrante / Allan Pinheiro de Carvalho - Integrante / Rodrigo Wallace Cordeiro dos Santos - Integrante / Arcângela Auxiliadora Guedes de Sena - Integrante / Laura Guimarães Corrêa - Integrante / Catarina Maria Costa Santos - Integrante / Diego Michel Nascimento Bezerra - Integrante / Sebastião Guilherme Correa Nunes - Integrante / Cristiane Helena Silva de Oliveira - Integrante / Josué de Oliveira Pinheiro Filho - Integrante.
Astronomia Tenetehara: pluralizando verdades sobre o céu
2013 - 2015
O projeto submetido propõe a produção de um filme de animação da narrativa oral Tembé-Tenetehara O nascimento de Zahy e de uma nova edição, revista e ampliada do livro O Céu dos Índios Tembé (2009). A pesquisa que enseja a produção destes materiais didáticos é resultado de projetos anteriores com esta sociedade. Nosso principal compromisso, agora, é favorecer que os Tenetehara assumam a autoria destas duas produções. Para isso, realizaremos três oficinas na Terra Indígena Alto Rio Guamá, Aldeia Tekohaw e contaremos com a presença deles para a finalização dos materiais. Nossa proposta emerge de experiências acumuladas pelos membros da equipe proponente acerca de aspectos relativos à cultura e à produção de subjetividades por meio de aparatos comunicativos e, sobretudo, a partir de debates em torno da relação saber-poder que atravessam a produção de conhecimentos. Nessa perspectiva, temos problematizado a suposta superioridade e universalidade do conhecimento científico que põe em relevo sua forma de pensar, apagando e descartando a pluralidade de experiências sociais, culturais historicamente produzidas e acumuladas pela humanidade. São os ditos saberes sujeitados, aqui entendidos com Foucault (2005, p. 12) como toda uma série de saberes que estavam desqualificados como saberes não conceituais, como saberes insuficientemente elaborados, saberes ingênuos, saberes hierarquicamente inferiores, saberes abaixo do nível de do conhecimento ou da cientificidade requeridos , que desejamos tornar visíveis ao propor divulgar a astronomia da sociedade Tembé-Tenetehara.
Equipe: Ivânia dos Santos Neves - Coordenador / Maurício Neves Corrêa - Integrante / Sílvia Nogueira Chaves - Integrante / Nassif Ricci Jordy Filho - Integrante / Carlos Ademir Farias da Silva - Integrante / Elisângela Barreto Santana - Integrante / Josué de Oliveira - Integrante.
2014 - 2015
Belém cantada em versos: retrato musical de uma cidade latino-americanaNo ano de 2016, a cidade de Belém completará 400 anos. Esta data comemorativa é um convite para pensar sobre as contradições que constituem a cidade. Este projeto é a primeira etapa de uma série de oficinas voltadas para discutir as contradições da cidade a partir de diferentes materialidades. Neste primeiro ano, 2014, propomos a organização e a realização de 08 oficinas que promovam uma leitura da cidade a partir de letras musicais de diferentes gêneros. Para isso, as atividades serão organizadas em dois momentos: primeiro um levantamento das letras e da organização das oficinas e, no final, a realização das oficinas. Estas atividades serão desenvolvidas na Disciplina Recursos Metodológicas da Faculdade de Letras, no anos de 2014. O público alvo são professores e alunos do Ensino Médio da rede pública.
Equipe: Ivânia dos Santos Neves - Coordenador / Vivian de Nazareth Santos Carvalho -Integrante / Nassif Jordy- Integrante / Allan Pinheiro de Carvalho - Integrante.
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2013 - Atual
A Invenção do Índio na mídia: discursos e identidades
Nos enunciados colocados em circulação pela mídia, no Brasil, os 305 povos indígenas e suas 274 línguas nativas, frequentemente, são tomados como uma generalização. É como se houvesse apenas uma língua e uma sociedade, a Tupi. Ainda hoje, silenciam-se as singularidades destas sociedades, pois, a definição genérica índio continua presente nas mais diferentes produções midiáticas. As razões que construíram esta história, marcada por profundas descontinuidades, são bastante complexas e para respondê-las, é necessário ir além do simplista e estabilizado pensavam ter chegado às Índias . Este projeto representa a segunda etapa de um programa de pesquisa voltado para analisar a construção das identidades indígenas em diferentes suportes midiáticos. Nesta etapa, as investigações estarão voltadas para o agenciamento das identidades indígenas em diferentes espaços das mídias sociais na internet. Pretende-se analisar com que regimes de verdade estes discursos se constituíram. Por que determinados enunciados ganharam destaque na mídia e outros foram interditados, excluídos? Que relações de saber e poder agenciaram e agenciam o movimento destas agitações históricas? Tomando como referência a proposta arqueológica de Michel Foucault, pretende-se analisar as condições de possibilidades deste novo momento histórico, em que os próprios indígenas estão presentes nas redes sociais. Neste sentido, proposições teóricas voltadas para a midiatização das culturas e mais especificamente para a convergências midiáticas completam o quadro teórico fundamental deste projeto.
Equipe: Ivânia dos Santos Neves - Coordenador / PACHECO,
Agenor Sarraf - Integrante / CORRÊA, Maurício Neves - Integrante / Maria Ataíde
Malcher - Integrante / Valquíria Lima da Silva - Integrante / Netília Silva dos
Anjos Seixas - Integrante / Ana Shirley Penaforte Cardoso - Integrante / Vivian
de Nazareth Santos Carvalho - Integrante / Cristiane Oliveira - Integrante.
2013 - 2015
Produção do Livro Patrimônio Cultural Tembé-Tenetehara
Depois de uma série de oficinas realizadas na Terra Indígena
Alto rio Guamá e na cidade de Belém com o povo indígena Tembé-Tenetehara, o
objetivo final deste projeto é a produção de um livro sobre o patrimônio
cultural Tembé-Tenetehara.
Equipe: Ivânia dos Santos Neves (Coordenadora), Maurício
Neves Corrêa, Ana Shirley Penaforte Cardoso.
2012 - 2015
Análise dos Processos de Produção e Recepção de Conteúdos Audiovisuais Midiáticos veiculados nas Emissoras de Televisão da Região Norte
O projeto de pesquisa Análises dos processos de produção e
recepção de conteúdos audiovisuais midiáticos veiculados em emissoras de
televisão da região norte busca analisar o processo de produção de produtos
audiovisuais televisivos na região amazônica brasileira, mais precisamente em
dois municípios do estado do Pará (Marabá e Santarém) e relacioná-los com a
recepção das comunidades a esses produtos. Em uma primeira fase, o projeto irá
levantar e analisar os produtos audiovisuais televisivos veiculados nas
emissoras de televisão locais a partir da teoria Semiológica dos Discursos
Sociais e seu método de análise dos discursos. Num segundo momento, esses
produtos serão observados na sua recepção pelas comunidades, partindo de
teorias como a da Recepção e de conceitos como o de midiatização, de identidade
e de imaginário. O projeto vai possibilitar a criação de um olhar crítico sobre
a produção audiovisual no pará e sua recepção pela audiência local, levando a
um salto qualitativo com relação à formação tanto de pesquisadores em
comunicação como profissionais que atuariam no mercado de trabalho voltado para
o audiovisual na região, com uma visão mais enriquecida de seu contexto local.
Equipe: Regina Lúcia Alves de Lima - Coordenador / Uriel Nascimento Santos Pinho - Integrante / Dilermando Gadelha de Vasconcelos Neto - Integrante / Antonio Carlos Fausto da Silva Júnior - Integrante / Nathália Maria Cohén Pinheiro - Integrante.
2011 - 2015
Análises de Conteúdos Audiovisuais Midiáticos na Amazônia
O projeto de Pesquisa de Análises dos Conteúdos Audiovisuais
Midiáticos na Amazônia nasce da percepção da necessidade de investigar os
processos interpretativos das mídias audiovisuais na região e nos conteúdos que
abordem a região. O fato de se propor uma pesquisa específica para refletir
sobre os conteúdos audiovisuais na Amazônia não significa que a pesquisa não
terá características interdisciplinares. Ao contrário, a proposta é estabelecer
um diálogo com outras disciplinas, uma espécie de convergência de diferentes
entendimentos, com a História, a Psicologia, a Antropologia e a Sociologia no
seu debate sobre os desafios comunicacionais contemporâneos. Mais que isso: a
ideia é analisar os fenômenos audiovisuais midiáticos gerados na relação com as
identidades culturais, a memória e o imaginário que se efetivam no contexto da
realidade amazônica. O trabalho é articulado em torno de três grandes ações: a
pesquisa sobre os processos audiovisuais midiáticos na Amazônia, a produção de
conteúdos digitais e parte editorial que consiste na divulgação do resultado da
pesquisa. Em cada uma delas o fio condutor serão as análises dos processos
midiáticos na Amazônia, na perspectiva de propor novas linguagens e novos
formatos para confecção de produtos audiovisuais.
Equipe: Regina Lúcia Alves de Lima - Coordenador / Uriel Nascimento Santos Pinho - Integrante / Dilermando Gadelha de Vasconcelos Neto - Integrante / Antonio Carlos Fausto da Silva Júnior - Integrante / Nathália Maria Cohén Pinheiro - Integrante.
2011-2013
Nas Fronteiras das Narrativas Orais Tupi na Amazônia
Paraense: Performatividade, História e Tradução
O projeto Nas Fronteiras das Narrativas Orais Tupi: Performatividade, História e Tradução fez parte de um programa maior de pesquisa sobre sociedades Tupi na Amazônia Paraense. A abordagem teórica adotada é eminentemente interdisciplinar e se define na relação que as narrativas orais indígenas estabelecem com as ciências ocidentais. Este projeto pretendeu dar início à construção de um centro de memória sobre as sociedades Tupi na Universidade da Amazônia. Para isso, previu uma grande etapa de pesquisas nas principais bibliotecas brasileiras e nas bibliotecas da Universidade de New York, nos Estados Unidos e de Universidade de Montreal, no Canadá, centros de referências sobre a história colonial no Brasil e na Amazônia. Simultâneo e complementar a estas atividades, houve um trabalho de campo específico com a sociedade Tupi Suruí-Aikewára.
Equipe: Ivânia dos Santos Neves (Coordenadora), Maurício Neves Corrêa, Alda Cistina Costa, Helen Monarcha, Lariza Moraes Gouvêa, Gilvandro Eurico Barros Xavier Jr, Bruna Sagica, Maria Adriana da Silva Azevedo, Liliane Afonso de Oliveira, Pedro Paulo dos Santos Leal, Joel P da Silva, Raimundo de Araújo Tocantins, Valquíria Lima da Silva.
2010-2013
Entre Crônicas, Reportagens e Romances: histórias, identidades afroindígenas e saberes locais no regime das águas da Amazônia Marajoara
Este projeto pretendeu investigar em trabalhos de
intelectuais estrangeiros, nacionais e regionais, conhecedores das realidades
amazônicas, maneiras como populações marajoaras, filhas de mestiçagens
multiétnicas, foram descritas em suas produções escritas. A perspectiva foi
desvelar discursos imaginários e representações confeccionadas por cronistas,
viajantes, jornalistas e literatos em torno dos modos de vida de populações
ribeirinhas de traços afroindígenas, situadas em espaços e territórios
marajoaras. Ao decidir mergulhar em escrituras situadas entre os séculos XVII e
XXI, a pesquisa acompanhou, analisou, questionou e desconstruiu, quando
possível, a produção de imagens, imaginários, representações sobre a região e
seus habitantes, sem esquecer de sondar conexões e distanciamentos entre
passado/presente dos discursos redigidos por estes intelectuais.
Equipe: Ivânia dos Santos Neves (Coordenadora), Agenor Sarraf Pacheco, Neusa Gonza de Santa Pressler.
Equipe: Ivânia dos Santos Neves (Coordenadora), Agenor Sarraf Pacheco, Neusa Gonza de Santa Pressler.
2010-2011
Crianças Suruí-Aikewára: entre a tradição e as novas tecnologias da informação
Este projeto teve como objetivo uma extensa pesquisa sobre
as práticas tradicionais da Sociedade Indígena Aikewára e a influência das
novas tecnologias no cotidiano deste povo.
Hoje, existem 315 Aikewára e deste total, 194 são crianças.Entre os mais
velhos, apenas alguns falam, com certa dificuldade, a língua portuguesa. Os
mais novos, que cedo são expostos à televisão e à escola ocidental, quase não
falam mais a língua Aikewára. No início do projeto, foi possível observar que a
maioria das crianças e dos jovens não conhecia as tradições de sua sociedade.
Como resultados destes projetos, foram produzidos sobre a história e a cultura
Aikewára 4 DVDs e 4 livros, um deles de autoria de uma jovem Aikewára, Murué
Suruí. Durante a produção deste material, as crianças puderam conhecer um pouco
mais as práticas culturais de seus antepassados, que foram narradas e descritas
pelos mais velhos. De certa forma, havia uma barreira linguística entre os mais
novos e os mais velhos que os recursos audiovisuais possibilitaram que fosse
desfeita. Práticas tradicionais como as narrativas orais e o grafismo corporal
foram fortalecidas entre eles. Desde o início, as lideranças manifestaram o
desejo de registrarem estas práticas. Durante todo o processo, a participação
das crianças, envolvidas em todas as atividades,funcionou como uma grande ação
de afirmação cultural. Elas faziam questão de conhecer, de desenhar, de pintar
suas tradições. O projeto conseguiu incluir as práticas tradicionais Aikewára
no universo audiovisual das novas tecnologias de informação. Hoje eles já se
reconhecem nas telas da televisão: quer seja nos filmes produzidos ou nas
diversas matérias que saíram na televisão sobre o projeto, ou nas telas do
computador, no aikewara.blogspot.com e nos filmes postados no YouTube. As novas
tecnologias da informação, que poderiam ter silenciado as práticas tradicionais
Aikewára, abriram novos espaços de significação cultural entre eles.
Equipe: Ivânia dos Santos Neves (Coordenadora), Alda Costa,
Maurício Neves Corrêa, Lariza Gouvêa e Gilvandro Xavier.
Produção:
Filmes:
Artigos em Revistas Científicas:
Artigos em Anais de
Eventos Científicos:
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