Tese| A invenção do índio e as narrativas orais Tupi
Por Ivânia dos Santos Neves
Resumo
Esta tese está dividida em duas partes complementares. Na primeira parte, o trabalho está
voltado para as representações produzidas sobre os índios. Analiso como desde as primeiras
representações ocidentais sobre os índios brasileiros, as cartas e as primeiras imagens, o
sistema colonial inventou discursivamente um índio genérico, selvagem, antropófago que
anda nu e que não produz conhecimento. Na segunda parte, a partir de um trabalho de
campo que envolveu cinco grupos Tupi: Tembé, Suruí-Aikewára, Asuriní do Xingu, MbyáGuarani de Porto Alegre e de São Miguel das Missões, tomo como materialidades as
representações produzidas pelos povos indígenas. Analiso dois grupos de narrativas orais
destas sociedades e mostro que entre elas se desenha uma memória discursiva Tupi,
marcada por regularidades e dispersões. A análise das narrativas propostas aqui faz uma
abordagem discursiva das línguas indígenas. A fundamentação teórica desta tese se
fundamenta nos princípios da análise do discurso, mas, por sua natureza interdisciplinar,
transita pelos estudos de antropologia, de história cultural e da teoria literária.
Palavras Chaves: Tupi – Suruí-Aikewára – Asuriní do Xingu – Mbyá-Gurani – Tembé –
Invenção do Índio
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