Mapa interativo
Línguas Indígenas no Estado do Pará
Direção Geral Ivânia Neves | Direção de Produção Marília Leite | Designer e Edição Maurício Neves-Corrêa | Animação Jefferson Trindade |
OS POVOS ORIGINÁRIOS
Línguas
Indígenas no Pará
18 línguas Tupi
05 línguas Macro-Jê
09 línguas da Família Karib
01 língua da Família Aruak
01 língua Warao
Total de línguas: 34
18- Línguas Tupi
Língua Kayabi
Língua Parakaña
Língua Apiaká
Língua Mbyá-Guarani
Língua Nheengatu Oriental
Língua Xipaya
Língua Awaeté
Língua Asuriní
Lingua Zo'é
Língua Guajajara
Língua Amanayé
Língua Munduruku
Língua Tenetehara
Língua Araweté
Língua Sateré-Mawé
Língua Anambé
Língua Aikewára
Língua Kuruaya
05- Línguas Macro-Jê
Língua Karajá
Língua Mebêngôkre
Língua Timbira no Pará
Língua Panará
09- Línguas Família Karib
Língua Wai Wai
Língua Aparaí
01- Línguas Aruak
01- Línguas Warao
Língua Warao
POVOS ISOLADOS
Os troncos e as famílias de línguas indígenas
As línguas da família latina apresentam algumas palavras muito semelhantes. Como o português pertence a esta família, muitas vezes o falante do português consegue entender, sem muita dificuldade, palavras do espanhol ou do francês.
Quase todas as línguas se originaram de um tronco linguístico ou de uma família linguística, mas há alguns casos de línguas isoladas, que não são semelhantes a nenhuma outra língua conhecida.
Atualmente, no Brasil, são conhecidos dois grandes troncos linguísticos indígenas: Tupi e Macro-Jê. Há também 19 famílias linguísticas que não são classificadas em troncos. Isso sem contar que existem sociedades indígenas que vivem isoladas, cujas línguas não são conhecidas. Mas ainda existem poucos estudos sobre as línguas indígenas no Brasil.
O quadro a seguir, do tronco linguísticos tupi, organizados, pelo professor Ayron Dall’Igna Rodrigues, trata-se de uma revisão especial para o ISA (setembro/1997) das informações que constam de seu livro Línguas brasileiras – para o conhecimento das línguas indígenas (São Paulo, Edições Loyola, 1986, 134 p.). Hoje, algumas dessas informações já foram ampliadas ou revistas, mas este quadro é fundamental para os estudos das línguas indígenas no Brasil.
Entre rios e palavras: as línguas indígenas no estado do Pará
As línguas Indígenas e a Resistência Ancestral
Hoje no Brasil e no continente americano de uma forma geral, há um movimento intenso entre diferentes povos indígenas voltado à valorização e à revitalização de suas línguas. Não se trata de querer inscrever estas línguas em práticas culturais do passado, ignorando o fluxo da história, mas sim de retomar outras formas de vida, de fortalecer identidades e de visibilizar a pluralidade do contemporâneo.
Por Ivânia Neves
Meninas Aikewára. Foto: Maurício Neves Corrêa |
O estado do Pará, hoje, faz parte de uma região maior, denominada de Pan-Amazônia, constituída por territórios de nove países e localizada ao norte da América do sul. Esta região envolve todo o bioma amazônico e a bacia amazônica, com a exuberância de seus rios, uma espécie de apoteose da água potável no planeta. A colonização iniciada no final do século 15, interferiu e continua interferindo na natureza e nas práticas de seus povos originários. Mais de 5 séculos depois, por tudo que aconteceu em termos de exploração, genocídios, glotocídios e políticas públicas, era pouco provável que a resistência indígena continuasse a nos mostrar outras formas possíveis de vida, com suas línguas, suas cosmologias, seus saberes.
As fronteiras políticas que delimitam o estado do Pará foram estabelecidas pelo estado brasileiro e pela colonização. Elas não respeitam a geografia da região e nem os processos culturais, históricos e de interlocuções estabelecidos pelos povos originários. Quando olhamos para a distribuição dos povos indígenas e de suas línguas no mapa do estado em 2021, observamos que aos poucos eles foram se afastando do rio Amazonas, a porta de entrada da região. Vemos que os deslocamentos para os afluentes do Amazonas foram necessários por uma questão de sobrevivência, mas o avanço das frentes econômicas depois dos anos de 1960 também já representa uma ameaça.
Neste intenso e duradouro processo de silenciamento dos povos indígenas, as estatísticas representam um papel bem fundamental. Muitos destes povos, abrigados no seio da floresta, frequentemente são ignorados, não constam em dados demográficos ou ainda, são tomados como uma espécie de população regional sem ancestralidade, daí enunciados como caboclos e ribeirinhos comumente serem utilizados para desqualificá-los como indígenas. No último censo do IBGE, realizado em 2010, a inclusão de dados sobre os povos indígenas e suas línguas representou um avanço em termos de visibilidade desses pontos. No senso a ser realizado em 2020, havia uma expectativa que a forma de coleta desses dados fosse aperfeiçoada, mais a pandemia e o interesse governamental neste momento de não visibilizar r os números sobre a realidade dos povos indígenas e de outras estatísticas não tão favoráveis a gestão atual, em 2021, continuam retardando a realização deste novo censo.
Em relação as línguas indígenas, existe um processo ainda em curso bastante perverso em que o enunciado “perderam sua língua” representa uma espécie de verdade sacralizada, algumas vezes inclusive respaldada pelos estudos linguísticos. Tomando a língua apenas como estruturas linguísticas isoladas, uma parte dos linguistas pelo Brasil continua ignorando os processos de fraturas e de silenciamento forçado a que estas línguas foram submetidas. Quando pensamos a língua como uma prática cultural, como tradução de uma cosmologia, que envolve narrativas, rituais e a produção das identidades, sem dificuldade, compreendemos as estruturas linguísticas apenas parte desse universo. Mas a quem interessa uma concepção de língua tão restrita no âmbito das pesquisas linguísticas? Por que o empenho em decretar a morte das línguas indígenas?
Festa da Menina Moça, Tembé-Tenetehara. Foto: Nassif Jordy |
Nos últimos 20 anos, como pesquisadora, acompanhei de perto o empenho dos Suruí-Aikewara e dos Tembé, aqui no estado do Pará, pela revalorização de suas línguas, vi a retomada das festas, dos rituais, a preocupação para que as crianças aprendessem suas línguas ancestrais. Mais recentemente, muito surpresa por não saber o que estava acontecendo em meu próprio estado, entrei em contato com uma revolução promovida pelos 13 povos indígenas que vivem hoje no Baixo Tapajós.
Curiosidades
Você sabia que o estado do Pará é o coração Tupi da América do Sul?
Você sabia que as línguas indígenas do tronco Macro-jê, no do Pará, estão localizadas no sudeste do estado?
Você sabia que algumas terras indígenas fazem parte de dois estados e estão além das fronteiras do Pará? Pará e Amapá, Pará e Amazonas, Pará e Mato Grosso, Pará e Tocantins.
Em breve, novas postagens sobre as línguas indígenas no estado do Pará.
Projetos Retratos do Contemporâneo : as línguas indígenas da Amazônia Paraense
Direção Geral e Roteiro
Ivânia Neves
Direção de Produção
Marília Leite
Designer e Edição
Maurício Neves-Corrêa
Animação
Jefferson Trindade
Pesquisa/Produção
Adenilson Munduruku
Bewari Tembé
Dayana Borari
Flávia Lisboa
Florêncio Vaz
Iolandino Xayukuma Wai Wai
Kudã’í Tembé
Luakan Anambé Márcia
Wayna Kambeba
Marília Leite
Matânia Suruí
Maurício Neves
Pedro Wai Wai
Rena Tiriyó Kaxuyana
Sâmela Ramos
Suzan Michelle Arapiun
Vívian Carvalho
Yorranna Oliveira
Assessoria de Imprensa
Vívian Carvalho
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