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Línguas Indígenas no Pará

 Mapa interativo

Línguas Indígenas no Estado do Pará



    

Neste mapa, clicando no nome das línguas indígenas, você entra nas terras e nos territórios indígenas do estado do Pará. Aqui, você pode conhecer um pouco sobre as 34 línguas indígenas faladas no estado do Pará: quais povos falam essas línguas, onde elas se localizam, a que família ou tronco linguístico elas pertencem. Como todos os territórios indígenas se localizam às margens dos rios, também disponibilizamos os nomes dos rios que banham estes territórios.
Em alguns verbetes, você vai encontrar vídeos produzidos pelos próprios indígenas, especialmente para este mapa. Elas e eles apresentam os usos sociais de suas línguas de diferentes formas, a partir da música, da contação de histórias, da exibição de festas ou rituais.  Em alguns verbetes, aparecem vídeos disponibilizados na internet em que podemos entrar em contato com os usos sociais das línguas indígenas.

Direção Geral  Ivânia Neves | Direção de Produção Marília Leite | Designer e Edição Maurício Neves-Corrêa | Animação Jefferson Trindade 


OS POVOS ORIGINÁRIOS

Línguas Indígenas no Pará

Em 2021, 34 Línguas Indígenas são faladas no Estado do Pará

 

  18 línguas Tupi

05 línguas Macro-Jê

09 línguas da Família Karib

01 língua da Família Aruak 

01 língua Warao

 Total de línguas: 34  



18- Línguas Tupi

Língua Kayabi

Língua Parakaña

Língua Apiaká

Língua Mbyá-Guarani

Língua Nheengatu Oriental

Língua Xipaya

 

Língua Awaeté

Língua Asuriní

Lingua Zo'é

Língua Guajajara

Língua Amanayé

Língua Munduruku

 

Língua Tenetehara

Língua Araweté

Língua Sateré-Mawé

Língua Anambé

Língua Aikewára

Língua Kuruaya


05- Línguas Macro-Jê

Língua Karajá

Língua Mebêngôkre

Língua Timbira no Pará

Língua Panará

09- Línguas Família Karib

Língua Wai Wai

Língua Aparaí

01- Línguas Aruak



01- Línguas Warao

Língua Warao


POVOS ISOLADOS




Os troncos e as famílias de línguas indígenas

Os linguistas organizam as línguas em famílias linguísticas. As línguas que pertencem à mesma família são originadas de um mesmo tronco linguístico. Estas línguas, além de apresentarem palavras semelhantes, normalmente também apresentam culturas parecidas. Vejam a família e o tronco linguístico da Língua Portuguesa:

As línguas da família latina apresentam algumas palavras muito semelhantes. Como o português pertence a esta família, muitas vezes o falante do português consegue entender, sem muita dificuldade, palavras do espanhol ou do francês.

Quase todas as línguas se originaram de um tronco linguístico ou de uma família linguística, mas há alguns casos de línguas isoladas, que não são semelhantes a nenhuma outra língua conhecida.

Atualmente, no Brasil, são conhecidos dois grandes troncos linguísticos indígenas: Tupi e Macro-Jê. Há também 19 famílias linguísticas que não são classificadas em troncos.  Isso sem contar que existem sociedades indígenas que vivem isoladas, cujas línguas não são conhecidas. Mas ainda existem poucos estudos sobre as línguas indígenas no Brasil.

O quadro a seguir, do tronco linguísticos tupi, organizados, pelo professor Ayron Dall’Igna Rodrigues, trata-se de uma revisão especial para o ISA (setembro/1997) das informações que constam de seu livro Línguas brasileiras – para o conhecimento das línguas indígenas (São Paulo, Edições Loyola, 1986, 134 p.). Hoje, algumas dessas informações já foram ampliadas ou revistas, mas este quadro é fundamental para os estudos das línguas indígenas no Brasil.




Documentário

Entre rios e palavras: as línguas indígenas no estado do Pará





As línguas Indígenas e a Resistência Ancestral


Hoje no Brasil e no continente americano de uma forma geral, há um movimento intenso entre diferentes povos indígenas voltado à valorização e à revitalização de suas línguas. Não se trata de querer inscrever estas línguas em práticas culturais do passado, ignorando o fluxo da história, mas sim de retomar outras formas de vida, de fortalecer identidades e de visibilizar a pluralidade do contemporâneo.

Por Ivânia Neves    

 Meninas Aikewára. Foto: Maurício Neves Corrêa



O estado do Pará, hoje, faz parte de uma região maior, denominada de Pan-Amazônia, constituída por territórios de nove países e localizada ao norte da América do sul. Esta região envolve todo o bioma amazônico e a bacia amazônica, com a exuberância de seus rios, uma espécie de apoteose da água potável no planeta. A colonização iniciada no final do século 15, interferiu e continua interferindo na natureza e nas práticas de seus povos originários. Mais de 5 séculos depois, por tudo que aconteceu em termos de exploração, genocídios, glotocídios e políticas públicas, era pouco provável que a resistência indígena continuasse a nos mostrar outras formas possíveis de vida, com suas línguas, suas cosmologias, seus saberes.

As fronteiras políticas que delimitam o estado do Pará foram estabelecidas pelo estado brasileiro e pela colonização. Elas não respeitam a geografia da região e nem os processos culturais, históricos e de interlocuções estabelecidos pelos povos originários. Quando olhamos para a distribuição dos povos indígenas e de suas línguas no mapa do estado em 2021, observamos que aos poucos eles foram se afastando do rio Amazonas, a porta de entrada da região. Vemos que os deslocamentos para os afluentes do Amazonas foram necessários por uma questão de sobrevivência, mas o avanço das frentes econômicas depois dos anos de 1960 também já representa uma ameaça.

Neste intenso e duradouro processo de silenciamento dos povos indígenas, as estatísticas representam um papel bem fundamental. Muitos destes povos, abrigados no seio da floresta, frequentemente são ignorados, não constam em dados demográficos ou ainda, são tomados como uma espécie de população regional sem ancestralidade, daí enunciados como caboclos e ribeirinhos comumente serem utilizados para desqualificá-los como indígenas. No último censo do IBGE, realizado em 2010, a inclusão de dados sobre os povos indígenas e suas línguas representou um avanço em termos de visibilidade desses pontos. No senso a ser realizado em 2020, havia uma expectativa que a forma de coleta desses dados fosse aperfeiçoada, mais a pandemia e o interesse governamental neste momento de não visibilizar r os números sobre a realidade dos povos indígenas e de outras estatísticas não tão favoráveis a gestão atual, em 2021, continuam retardando a realização deste novo censo.

Em relação as línguas indígenas, existe um processo ainda em curso bastante perverso em que o enunciado “perderam sua língua” representa uma espécie de verdade sacralizada, algumas vezes inclusive respaldada pelos estudos linguísticos. Tomando a língua apenas como estruturas linguísticas isoladas, uma parte dos linguistas pelo Brasil continua ignorando os processos de fraturas e de silenciamento forçado a que estas línguas foram submetidas. Quando pensamos a língua como uma prática cultural, como tradução de uma cosmologia, que envolve narrativas, rituais e a produção das identidades, sem dificuldade, compreendemos as estruturas linguísticas apenas parte desse universo. Mas a quem interessa uma concepção de língua tão restrita no âmbito das pesquisas linguísticas? Por que o empenho em decretar a morte das línguas indígenas?

Festa da Menina Moça, Tembé-Tenetehara. Foto: Nassif Jordy


Hoje no Brasil e no continente americano de uma forma geral, há um movimento intenso entre diferentes povos indígenas voltado à valorização e à revitalização de suas línguas. Não se trata de querer inscrever estas línguas em práticas culturais do passado, ignorando o fluxo da história, mas sim de retomar outras formas de vida, de fortalecer identidades e de visibilizar a pluralidade do contemporâneo.

Nos últimos 20 anos, como pesquisadora, acompanhei de perto o empenho dos Suruí-Aikewara e dos Tembé, aqui no estado do Pará, pela revalorização de suas línguas, vi a retomada das festas, dos rituais, a preocupação para que as crianças aprendessem suas línguas ancestrais. Mais recentemente, muito surpresa por não saber o que estava acontecendo em meu próprio estado, entrei em contato com uma revolução promovida pelos 13 povos indígenas que vivem hoje no Baixo Tapajós.


Curiosidades

Você sabia que o estado do Pará é o coração Tupi da América do Sul?

Você sabia que as línguas indígenas do tronco Macro-jê, no do Pará, estão localizadas no sudeste do estado?

Você sabia que algumas terras indígenas fazem parte de dois estados e estão além das fronteiras do Pará? Pará e Amapá, Pará e Amazonas, Pará e Mato Grosso, Pará e Tocantins.

Em breve, novas postagens sobre as línguas indígenas no estado do Pará.


Projetos Retratos do Contemporâneo : as línguas indígenas da Amazônia Paraense

Direção Geral e Roteiro

Ivânia Neves 

Direção de Produção 

Marília Leite

Designer e Edição

Maurício Neves-Corrêa 

Animação

Jefferson Trindade 

Pesquisa/Produção 

Adenilson Munduruku 

Bewari Tembé

Dayana Borari 

Flávia Lisboa

Florêncio Vaz

Iolandino Xayukuma Wai Wai 

Kudã’í Tembé 

Luakan Anambé Márcia

Wayna Kambeba 

Marília Leite

Matânia Suruí 

Maurício Neves

Pedro Wai Wai

Rena Tiriyó Kaxuyana

Sâmela Ramos

Suzan Michelle Arapiun

Vívian Carvalho

Yorranna Oliveira

Assessoria de Imprensa

Vívian Carvalho



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