Livros

O Governo da Língua: uma perspectiva discursiva sobre o lugar da língua nas relações de poder no Brasil 

“O Governo da Língua: uma perspectiva discursiva sobre o lugar da língua nas relações de poder no Brasil”, organizada pelas professoras Dras. Flávia Marinho Lisboa (Gedai/Unifesspa), Ivânia dos Santos Neves (Gedai/UFPA) e Rosário Gregolin (Geada/Unesp-Araraquara).

O livro reúne artigos que se debruçam a compreender as teias de saber-poder e os regimes de verdade impostos, ao longo da história, em torno das línguas faladas no país. Impossível não pensar, no decorrer da leitura, na colonização europeia e em seus desdobramentos nas colonialidades do ser, saber e poder, que atravessam os povos colonizados e suas línguas maternas. Essas tentativas de apagamento/silenciamento linguístico criam discursos que impactam em todas as esferas de existência desses povos e, não apenas, no ato de “falar”.

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Patrimônio Cultural Tembé-Tenetehara

Foto: Shirley Penaforte

Pesava e ainda pesa sobre Tembé-Tenetehara a acusação de não serem mais indígenas. A pesquisa que deu origem a este livro nasceu para mostrar a tradição cultural desta sociedade e suas singularidades como um povo indígena, sem lhes negar, no entanto, as transformações históricas por que passaram e continuam passando. Em 2013, começou a tarefa de reorganizar a pesquisa sobre a cultura Tembé-Tenetehara e além da pesquisa bibliográfica, realizar 12 oficinas nas regiões do Guamá e do Gurupi para ouvi-los e entender quais aspectos de sua cultura e de suas histórias deveriam ser priorizados. Em vários momentos, a fala destes indígenas contou uma versão bem diferente da história registrada pelos documentos oficiais. Vários Tembé fizeram questão de nos contar suas histórias, porque entendiam a questão política da produção deste livro.

Em todos os registros da cultura Tembé-Tentehara, podemos observar uma memória Tupi, que apesar de muitas diferenças, está presente nas histórias, nas constelações, na palha das edificações tradicionais, nos sentidos do maracá, nos traços do grafismo, nos adereços corporais. Estas semelhanças permitem que os Tembé consigam entender, sem muita dificuldade, a língua falada por outros povos Tupi, mas elas estão bem além das palavras, porque se constituem com histórias e práticas culturais que atravessaram os séculos, resistiram ao sistema colonial e, com todas as suas atualizações, escrevem também uma história singular nesta parte do continente americano.

Autoras: Ivânia dos Santos Neves e Ana Shirley Penaforte Cardoso

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História dos índios Aikewára

Ilustração de criança Aikewára

Murué Suruí é uma escritora muito talentosa, que traduziu, com uma linguagem bastante poética, as histórias de seu povo para a língua portuguesa escrita. Este livro foi editado a partir de algumas histórias contadas pelos índios mais velhos da sociedade indígena Aikewára do Pará. Ele foi pensando e feito para as crianças Terra Indígena Sororó.

Ao abri-lo, você encontrará um universo diferente. Um mundo com encantamentos de um povo que vive na floresta. Nele, animais sobem ao céu, menino nasce com rabo de macaco e a escuridão pode estar guardada dentro de um ouriço de castanha.

Autora: Murué Suruí

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O céu dos índios Tembé

Vencedor do prêmio Jabuti 2000 de melhor livro didático, este livro inaugura uma forma poética, potente ( e por que não revolucionária?) de construção de conhecimento: a etnoastronomia, uma nova maneira de estudar astronomia respeitando as diferenças culturais das sociedades humanas. O Céu dos índios Tembé traduz um caminho de duplo movimento nessa produção: ir aos grandes centros de pesquisa e também apresentar o conhecimento produzido pelos habitantes da Amazônia e seus povos ancestrais.

A cosmologia do povo Tembé nos mostra que olhar para o céu pode nos apresentar um novo universo, completamente diferente do que estamos habituados. E o nosso pode ficar maior e muito mais rico.

Coordenação de Etnoastronomia: Ivânia Neves e Amélia Bemerguy

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