Os estudos do discurso, na perspectiva do GEDAI, bem resumidamente, são uma sofisticada teoria de interpretação, que
considera as diferentes materialidades (narrativas, fotografias, filmes, textos
literários, entre outras) como construções históricas, atravessadas por
relações de poder. E a história sempre se movimenta.
Há poucas décadas, assumir-se homossexual, no
Brasil, era uma prática bastante interditada, mas hoje, o próprio Estado
Brasileiro reconhece o direito às diferentes orientações sexuais. O que não significa que o preconceito deixou de existir. Em todos os momentos da história, sempre houve quem defendesse posições diferentes em relação a esta questão.
Outro
exemplo bem contemporâneo diz respeito a como tratamos a questão da pedofilia,
que, no Brasil, assumiu um novo sentido nos últimos anos. Depois da última ditadura militar
no Brasil (1964-1985), a sociedade brasileira passou a rever os discursos
autoritários sobre a mulher, sobre as crianças, sobre os povos tradicionais,
trabalhadores domésticos entre outros.
Sempre
houve e sempre haverá uma tensão entre as diferentes posições sociais que os
sujeitos podem ocupar, dependendo do lugar de onde falem: Marcos Felicianos e
Jeans Willians vão sempre existir. Mas, dependendo das possibilidades
históricas, há momentos em que povo sai às ruas e impede que a PEC 37 seja
aprovada, em outros, certamente, isso não é possível. São as movências
históricas.
Para pensar estas tensões discursivas em relação à Amazônia, antes de tudo, precisamos conhecer melhor a história da integração do território brasileiro. Ela precisa, inclusive, ser mais conhecida por
quem vive na região. No início da colonização, a Amazônia não era Brasil. Até a
Proclamação da Independência do Brasil e a da Revolta Popular da Cabanagem, no início do século XIX, existia a Província do
Grão-Pará e Maranhão.
A integração da Amazônia, que ainda hoje continua
acontecendo, foi uma imposição militar e junto com ela se estabeleceu um ovo
regime de colonização. Ainda hoje, continuamos reféns deste regime, que trata a
região como uma colônia que deve ser explorada. Mas este não é um movimento só
externo, nós da região contribuímos bastante para esta ordem discursiva.
Dia 15 de
agosto, nosso feriado estadual, aqui no Pará, representa a oficialização da integração
forçada da região ao Império do Brasil. A construção de Belo Monte mostra como este
processo continua, e como, desde o início, ele conta bastante com pessoas da
própria região, que alimentam os interesses externos.
Por outro lado, nós, que fazemos parte de uma "elite acadêmica", precisamos
sempre contestar este discurso de subalternização estabelecido tanto pelos de
fora, como por pessoas da própria região. Precisamos mostrar o que nós pensamos sobre estas questões, mas é preciso ter rigor
acadêmico para poder estabelecer mais uma verdade sobre a região.
Para pensar estas tensões discursivas em relação à Amazônia, antes de tudo, precisamos conhecer melhor a história da integração do território brasileiro. Ela precisa, inclusive, ser mais conhecida por quem vive na região. No início da colonização, a Amazônia não era Brasil. Até a Proclamação da Independência do Brasil e a da Revolta Popular da Cabanagem, no início do século XIX, existia a Província do Grão-Pará e Maranhão.
Por outro lado, nós, que fazemos parte de uma "elite acadêmica", precisamos sempre contestar este discurso de subalternização estabelecido tanto pelos de fora, como por pessoas da própria região. Precisamos mostrar o que nós pensamos sobre estas questões, mas é preciso ter rigor acadêmico para poder estabelecer mais uma verdade sobre a região.
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